terça-feira, 1 de abril de 2014

Modernismo no Brasil

No início do século XX desenvolveu-se na Europa um conjunto de correntes artísticas: dadaísmo, surrealismo, expressionismo, futurismo, que formaria a arte moderna.
Dadaísmo: Possuía como característica principal a ruptura com as formas de arte tradicionais. Portanto, o dadaísmo foi um movimento com forte conteúdo anárquico.
Surrealismo: Este movimento foi significativamente influenciado pelas teses psicanalíticas de Sigmund Freud, que mostram a importância do inconsciente na criatividade do ser humano.
Expressionismo: Neste movimento, a intenção do artista é de recriar o mundo e não apenas a de absorvê-lo da mesma forma que é visto. Aqui ele se opõe à objetividade da imagem, destacando, em contrapartida, o subjetivismo da expressão.
Futurismo: Neste movimento literário, faziam o uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens, traços e pequenas deformações para passar a ideia de movimento e dinamismo.
 Artistas brasileiros, em suas idas ao exterior, voltavam com estas novas influências que, somadas ao desejo de instaurar uma arte moderna brasileira, longe da imitação de padrões europeus, com valorização do nacional, possibilitou o início do Modernismo no Brasil.
O Modernismo brasileiro teve três fases: a primeira surgiu em 1922, a segunda em 1930 e a terceira em 1945.
O ponto de partida foi a Semana de Arte Moderna, que ocorreu entre 13 e 18 de fevereiro de 1922 e possibilitou a aproximação de vários artistas com ideias modernistas, dando força ao movimento.
Tinha como líderes: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchi, que junto formavam o grupo dos cinco.
SEGALL, Lasar. Bananal. 1927.

DI CAVALCANTI, Emiliano. Pescadores. 1951.

AMARAL, Tarsila do. Operários. 1933.


MALFATTI, Anita. A estudante. 1915-1916.

Primeira fase
Durante a primeira fase, o movimento buscou concretizar-se no Brasil. Foi um período de grande produção de arte moderna e de materiais que divulgavam esta arte. Em meio a este período, quatro correntes de pensamento ganharam força e foram ganhando teor ideológico ao longo da década de 20. 
São elas:
  • Pau Brasil;
  • Verde Amarelismo;
  • Escola da Anta;
  • Antropofagia.

Pau Brasil
Fundado por Oswald de Andrade com o Manifesto Pau Brasil, o movimento Pau Brasil fazia críticas ao passado cultural brasileiro, que imitava os modelos europeus, propondo um olhar para o Brasil com o olhar do brasileiro, apesar das influencias europeias.

Verde Amarelismo
Em resposta a isso, o Verde Amarelismo vinha com a defesa de um nacionalismo exagerado, valorizando os elementos nacionais sem qualquer influência europeia. Esta corrente, que originaria a Escola da Anta, tinha inclinações nazistas e, de certa forma, possuía ideais xenófobos.
Antropofagia
A Antropofagia, também fundada por Oswald de Andrade, vinha como uma nova resposta às duas correntes, pregando a aceitação da cultura estrangeira, mas sem cópias e imitações. Esta cultura deveria ser absorvida pela brasileira, que colocaria na arte a representação da realidade do Brasil e do elemento popular, valorizando as riquezas nacionais.
AMARAL, Tarsila. Antropofagia. 1929. 
Principais autores da primeira fase
Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira,Menotti Del Picchia, Raul Bopp, Alcântra Machado.
Transição
Apesar dos movimentos contrários, vemos na primeira fase modernista uma arte descontraída, com poemas que desestruturavam as velhas escolas literárias e que traziam uma linguagem que fugia às regras gramaticais, aproximando-se da fala popular. A construção da imagem brasileira foi sendo aproximada do povo, da realidade popular e a principal temática comum a todas as obras era a valorização e reconstrução do nacionalismo.
A transição da primeira para a segunda fase modernista ocorreu em meio à revoltas contra a política brasileira do café-com-leite e à crise econômica ocasionada pela crise de 1929, que impossibilitava a importação do café, principal riqueza brasileira. As Grandes Guerras também viriam compor o cenário histórico da época.
A busca pela nacionalidade no final da década de 1920 já começava a ganhar ares ideológicos e os conflitos da época também pediam a tomada definitiva de uma posição ideológica. O resultado disso é a arte engajada que surgiu na segunda fase modernista, com uma reflexão sobre a época de crise e pobreza.
Segunda fase
Se em 1922 tínhamos um interesse pelos temas nacionais, com aproximação da linguagem popular e valorização da vida cotidiana; na arte engajada de 1930 temos uma literatura mais amadurecida, sem a descontração e a irreverência, mas com reflexões sobre a realidade do brasileiro, trazendo à tona o nacional através desta reflexão, com textos de linguagem aproximada do popular.
A literatura da época de 30 dividiu-se em prosa e poesia: a prosa voltava-se para a crítica social, trazendo à tona os retratos de várias regiões do país (regionalismo) como forma de denúncia dos problemas sociais de cada região e com uma reflexão sobre a solução do problema; a poesia voltava-se para o sentimento humano, levantando o questionamento sobre a existência humana e a compreensão do local do mundo e do local que o ser humano tem neste mundo conflituoso.
Principais autores da segunda fase
Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Érico Verissimo. Na poesia, temos: Cecília Meireles, Vinicius de Moraes, Jorge de Lima, Murilo Mendes.
Terceira fase
Com o fim das Grandes Guerras (Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial) e início da Guerra Fria e o fim da Era Vargas, que trouxe uma época de democratização política brasileira, o Modernismo brasileiro começou a ganhar novos rumos. Não era mais necessário o empenho social e político, pois em tese não havia mais conflitos aos quais se opor.
A geração de 1945 abandonou vários ideais de 1922, criando novas regras que permitiam a liberdade para o artista criar o que quisesse. Eles não estavam mais ligados à obrigação de aproximar-se da realidade brasileira e nem de aproximar-se do povo através de uma linguagem popular e descontraída.
A principal temática da geração de 1945 estava ligada à aproximação do psicológico humano. Para transmitir esta reflexão da psicologia humana, as obras desta geração possuíam um equilíbrio rítmico e linguagem lírica que rendia-se à antiga forma decassíliaba e rigorosa, deixando de lado o verso livre instaurado em 1922.
Principais autores da geração de 1945
Clarice Lispector, Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto.

A música no Modernismo

A Bossa Nova traz através de sua linguagem, o reflexo do espírito de seu tempo. Baseado na clareza formal, a relação com os meios e processos  industriais, a geometrização das formas, o sentido racional na composição, a linguagem  objetiva, podem ser identificados na estrutura composicional e nas letras da Bossa Nova.
Ainda, revela os anseios sentimentais, a esperança e o olhar algumas vezes denunciatório de
uma juventude.
Bossa Nova é um movimento da música popular brasileira do final dos anos 50 lançado por João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e jovens cantores e/ou compositores de classe média da zona sul carioca, derivado do samba e com forte influência do jazz. De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba naquela época, ou seja, a uma reformulação estética dentro do moderno samba carioca urbano. Com o passar dos anos, a Bossa Nova tornou-se um dos movimentos mais influentes da história da música popular brasileira, conhecido em todo o mundo, um grande exemplo disso é a música Garota de Ipanema composta em 1962 por Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim.



O cinema no Modernismo

Ainda hoje podemos sentir os Ecos da Semana de 1922, o pensamento Modernista que há anos amplia os diálogos na cultura brasileira. O projeto Musicafinidades – Ecos de 22 retrata movimentos e personagens da cultura brasileira que foram tocados por - ou que tenham alguma afinidade com - a Semana de Arte Moderna de 22. 

Alguns filmes:


 




Terra em Transe de Glauber Rocha 












Deus e o Diabo na Terra do Sol de Glauber Rocha











Macunaíma de Joaquim Pedro de Andrade 











Post feito por: Cecília Depentor, Danielle Paes, Giovana Beltrame, Giovanna Luiza, Larissa Sales, Letícia Vieira, Mirele Vieira e Rebeca Ferreira.

3 comentários:

  1. O modernismo desenvolveu-se na Europa um conjunto de correntes artísticas sendo: dadaísmo, surrealismo, expressionismo, futurismo que formaria a arte moderna. O modernismo brasileiro teve 3 fases a primeira em 1922 a segunda em 1930 e a terceira em 1945. Tinha como líderes: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchi, que junto formavam o grupo dos cinco.
    Na primeira fase o movimento procurou se caracterizar no Brasil e 4 correntes ganharam forças: pau Brasil, verde amarelismo, escola da anta e antropofagia.Os principais autores foram:Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira,Menotti Del Picchia, Raul Bopp, Alcântra Machado.
    A transição da primeira para a segunda fase modernista ocorreu em meio à revoltas contra a política brasileira do café-com-leite e à crise econômica
    Na segunda faze interessava-se pelos temas nacionais, com aproximação da linguagem popular e valorização da vida cotidiana;
    Com esse trabalho aprendemos mais sobre a arte e o grupo conseguiu desenvolver bem, pois conseguimos entender sobre o assunto.
    Grupo 4: Vanguardas Européias parte 02.

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  2. O Modernismo desenvolveu-se no início do século XX na Europa, com um conjunto de correntes artísticas: dadaísmo, surrealismo, expressionismo e futurismo.
    Artistas brasileiros, em suas idas ao exterior, voltavam com estas novas influências que, somadas ao desejo de instaurar uma arte moderna brasileira, longe da imitação de padrões europeus, com valorização do nacional, possibilitou o início do Modernismo no Brasil, que teve três fases.
    O ponto de partida foi a Semana de Arte Moderna, que ocorreu entre 13 e 18 de fevereiro de 1922.
    Durante a primeira fase, o movimento buscou concretizar-se no Brasil. Foi um período de grande produção de arte moderna e de materiais que divulgavam esta arte. Em meio a este período, quatro correntes de pensamento ganharam força: Pau-Brasil, Verde Amarelismo, Escola da Anta e Antropofagia. Houve interesse pelos temas nacionais, aproximação da linguagem popular e valorização da vida cotidiana.
    Já na segunda fase, na arte engajada de 1930 temos uma literatura mais amadurecida, sem a descontração e a irreverência, mas com reflexões sobre a realidade do brasileiro, trazendo à tona o nacional através desta reflexão, com textos de linguagem aproximada do popular.
    Na terceira fase com o fim das Grandes Guerras e início da Guerra Fria e o fim da Era Vargas, que trouxe uma época de democratização política brasileira, o Modernismo brasileiro começou a ganhar novos rumos. Não era mais necessário o empenho social e político, pois em tese não havia mais conflitos aos quais se opor.
    Um estilo de música desta época é a Bossa Nova que traz através de sua linguagem, o reflexo do espírito de seu tempo. Baseado na clareza formal, a relação com os meios e processos industriais, a geometrização das formas, o sentido racional na composição, a linguagem objetiva, podem ser identificados na estrutura composicional e nas letras da Bossa Nova.
    Com o passar dos anos, a Bossa Nova tornou-se um dos movimentos mais influentes da história da música popular brasileira, conhecido em todo o mundo, um grande exemplo disso é a música Garota de Ipanema composta em 1962 por Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim.

    Este trabalho colaborou com o aprendizado de nosso grupo, e fez com que aprendêssemos mais sobre a história da arte.

    Grupo 1: Arte no século XIX - Brasil

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  3. Parabéns ao grupo! Texto simples e extremamente direto: da o tema, elabora uma breve explicação e joga exemplo! Incrível, qualquer um pode entender desde que se dedique a leitura! Em certos momentos da pra sentir o toque das palavras dos componentes do grupo, como na passagem "A transição da primeira para a segunda fase modernista ocorreu em meio à revoltas contra a política brasileira do café-com-leite e à crise econômica ocasionada pela crise de 1929, que impossibilitava a importação do café, principal riqueza brasileira.", quando diz que o país importava café, trecho erroneamente dito, já que somos conscientes que o Brasil EXportava café como ninguém nesse período. Alias, praticamente só EXportava isso. Porém não levamos isso ao lado negativo (entre as aspas enormes), mas sim podemos perceber a participação do grupo na hora de produzir o texto, tentando descrever com suas próprias palavras textos lidos anteriormente.
    O que o grupo poderia ter citado com maior riqueza de detalhes é a musica, a bossa nova, dando mais exemplos e até mesmo vídeos, eu (Jean) iria até assistir.
    Fora esses detalhinhos, parabéns ao grupo (sim, de novo)! Eu (Jean) gostei de ler e não foi cansativo como o anterior! Depois do nosso pode até se considerar o melhor (HÁ).

    Grupo 3 - ... parte 1

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