quarta-feira, 2 de abril de 2014

Vanguardas Europeias - Parte 1

Introdução 

 A arte para expressar emoções "O bom artista nao deve representar somente o corpo, mas tembem a alma" - Socrates

Na antiguidade o filosofo Aristoteles ja dizia que a arte serve para expressar as emoções, a fim de possibilitar que o artista se liberte delas, mas por razões religiosas ou políticas, durante os anos artistas escolheram outros caminhos. Na idade media os artesões criavam imagens de acordo com regras ditadas pela igreja, não expressando nada a respeito de si mesmo, alem de sua habilidade e técnica. No renascimento, a religião perde terreno, Leonardo Da Vinci escreve: "O bom pintor tem, essencialmente, duas coisas a representar: a personagem e seu estado de espírito." sugerindo então o retrato que prevaleceu no século XIX, mas este estilo de pintura deve ser parecido com o modelo, sendo assim impossível para o artista pintar o que lhe passa na cabeça ou no coração. No século XIX passagem para o século XX tudo se desestabiliza graças ao pai da psicanálise, Sigmund Freud que investiga a mente do ontem que abriga nossos sonhos, medos, desejos e emoções. Suas descobertas desafiam as ideias antigas e dão a arte nova direção, assim o artista se assume como sujeito e pinta o que sente. A imitação do mundo visível cede lugar a expressão dos sentimentos criando uma verdadeira revolução aos campos da arte, dando origem ao Impressionismo, Aristóteles foi finalmente ouvido.


Contexto Histórico


O Impacto da fotografia nas pinturas Quando o pintor Frances Dela Roche, conhecido por suas cenas trabalhosamente detalhadas, ouviu falar da primeira fotografia , declamou: "desde dia em diante, a pintura esta morta!" A arte de pintar retratos em miniaturas foi imediatamente condenada ao esquecimento. Outros artistas viam as fotografias como acessórios auxiliares. Delações usava como estudo para poses difíceis de manter, dizendo: "Deixe que um homem de gênio use o draguerreótico como deve ser usado e ele vai se alçar a uma altura que nós conhecemos." Logo muitos pintores viram a vantagem de usar as fotografias para pintar retratos em vez das sessões intermináveis de pose, considerando as fotografias modelos uteis para paisagens panorâmicas. Fotógrafos começaram a insistir que o oficio era mais que o negocio de abater retratos ou servir de base para pintura, portanto uma bela arte em si, Lamartine dizia: "mais que uma arte, é um fenômeno solar, em que o artista colabora com o sol". Assim havia nascido uma nova forma de arte para o mundo pós-revolução industrial.

Impressionismo

                O Impressionismo é um movimento artístico surgido na França no século XIX que criou uma nova visão conceitual da natureza utilizando pinceladas soltas dando ênfase na luz e no movimento. Geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as nuances da luz e da natureza.
            A arte alegre e vibrante dos impressionistas enche os olhos de cor e luz. A presença dos contrastes, da natureza, transparências luminosas, claridade das cores, sugestão de felicidade e de vida harmoniosa transparecem nas imagens criadas pelos impressionistas.
            Claude Monet (1840-1926) fez parte do movimento impressionista na França, que teve início em 1874 com a primeira exposição do grupo no ateliê do fotógrafo Maurice Nadar. A denominação Impressionismo foi dada a partir de uma declaração pejorativa do crítico de arte francês Louis Leroy ao ver a tela de Monet Impression du Soleil Levant  O grupo ficou conhecido por realizar uma pintura ao ar livre, em frente ao motivo, numa nova concepção de pintura, de celebração dos espaços do mundo e da luz.

            Pintando diretamente sobre a tela branca, utilizando somente cores puras justapostas, geralmente sem misturá-las, os impressionistas buscavam obter a vibração da luz, o aspecto efêmero da vida, fugaz momento da luz e da sensibilidade, ato de amor entre artista e mundo, despido de toda e qualquer contingência exterior às suas motivações mais profundas. Os principais representantes do grupo foram Monet, Manet, Renoir, Camile Pissaro, Alfred Sisley, Vincent Van Gogh, Degas, Cézanne, Caillebotte, Mary Cassatt, Boudin (professor de Monet), Morisot, dentre outros.

Autores desse período:

Claude Monet


Claude Monet (1840-1926) nasceu em Paris. Quando tinha 5 anos, sua família mudou-se para Sainte-Adresse, perto do Havre, e ali o futuro mestre começou a pintar. Ali houve muita influencia para iniciar a prática, até então pouco comum, de realizar estudos da natureza ao ar livre.
Entre 1859 e 1860, o jovem pintor esteve em Paris, onde se entusiasmou com a escola de Barbizon. Passou a trabalhar na Academia Suíça, onde conheceu Camille Pissarro. Em 1862, Monet voltou a Paris para estudar no ateliê do academicista Charles Gleyre, onde conheceu Frédéric Bazille, Alfred Sisley e Renoir, de quem tornou-se amigo e formou o grupo de impressionistas.
Em 1868, Monet entrou em dificuldades financeiras, teve um quadro inscrito no Salão de Paris, "Navio deixando o cais de Le Havre", que recebeu uma crítica negativa.
Monet morreu em Giverny, em 5 de dezembro de 1926.
"Terrasse à Sainte-Adresse" (Terraço em Sainte-Adresse) 1867; óleo sobre tela 98,1 × 129,9 cm.

William Turner

Joseph Mallord William Turner (23 de abril de 1775 - 19 de dezembro 1851) foi um pintor de paisagens Inglês romântico, aquarelista e gravurista, cujo estilo pode-se dizer que lançou as bases para o impressionismo. Criado em Londres Turner viveu fascinado pela Tâmisa: agua e os barcos, juntamente com o jogo de luzes que era o que mais fascinava e o inspirava. Aos seus 30 anos de idade Turner era destaque na Academia Real Inglesa.
Uma de suas manias era de sair em campo abertos, em qualquer tempo para captar as impressões passadas pela natureza, dando mais ênfase em catástrofes e por uma tela mais dramática. Turner é fascinado por paisagens que mostrem o mar e sal luz.

Edgar Degas

Edgar Hilaire Germain Degas (Paris, 19 de julho de 1834 — Paris, 27 de Setembro, 1917) foi um pintor, gravurista, escultor e fotógrafo francês. É conhecido, sobretudo pela sua visão particular no mundo do balé, sabendo captar os mais belos e súbteis cenários. É ainda reconhecido pelos seus célebres pastéis e como um dos fundadores do impressionismo.
A arte impressionista é descrita frequentemente pelos efeitos de luz ao ar livre. Estas características não são, no entanto, aplicáveis a Degas: mesmo tendo sido um dos principais animadores das exposições impressionistas, não se enquadra no movimento que, em nome da liberdade de pintar, caracteriza o grupo. Ao ar livre ele prefere, e de longe, "o que nós só vemos na nossa memória". Dirigindo-se a um pintor ele diz: Para vós, é necessária a vida natural, para mim, a vida fictícia. Se Degas faz, oficialmente, parte dos impressionistas, ele não se identifica com eles nas características mais conhecidas.

Paul Cézanne


Paul Cézanne (Aix-en-Provence, 19 de janeiro de 1839 — 22 de outubro de 1906) foi um pintor pós-impressionista francês, cujo trabalho forneceu as bases da transição das concepções do fazer artístico do século XIX para a arte radicalmente inovadora do século XX. Cézanne pode ser considerado como a ponte entre o impressionismo do final do século XIX e o cubismo do início do século XX. A frase atribuída a Matisse e a Picasso, de que Cézanne "é o pai de todos nós", deve ser levada em conta.
Após uma fase inicial dedicada aos temas dramáticos e grandiloquentes próprios da escola romântica, Paul Cézanne criou um estilo próprio, influenciado por Delacroix. Introduziu nas suas obras distorções formais e alterações de perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o volume e peso dos objetos.
Auguste Rodin

Auguste Rodin (1840 - 1917),foi um escultor francês. Desde criança demonstrou grande interesse por esculturas. Aos 13 anos de idade, entrou para uma academia de arte para aprender os princípios básicos das artes plásticas. Em 1864, teve sua primeira obra “O homem de nariz quebrado” rejeitada pelo Salão de Paris. Os especialistas em arte do salão justificaram a rejeição afirmando que tratava-se de uma obra inacabada.
Em 1875, viajou para a Itália e teve contado direto com as obras, principalmente esculturas, dos artistas renascentistas Michelangelo e Donattello. Rodin é considerado pelos especialistas em artes plásticas um dos mais importantes escultores em bronze de todos os tempos.
Faleceu em 17 de novembro de 1917. Encontra-se sepultado no Musée Rodin, Meudon, Ilha de França, Paris na França.




Debussy

        Inaugura uma nova maneira de perceber a música, comovendo-se com ela, um tipo de comunicação musical sem os "ismos": classicismo, romantismo, wagnerismo, impressionismo e simbolismo. Debussy detesta analises, para ele é um inventário de receitas, além disso nos mostrou a fase oculta do mundo sensível, que vai além das aparências e de seu impressionismo.

Georges- Pierre Seurat

Georges-Pierre Seurat (1859-1891) foi um pintor francês e pioneiro do movimento pontilhista, também chamado divisionismo. A técnica do pontilhismo utilizada por Seurat deu origem ao neo-impressionismo e foi extensivamente utilizada na arte do século XX. Pode-se dizer que a teoria pontilhista foi precursora da televisão e da imagem digital.
Tal como Mondrian e Leonardo da Vinci, Seurat também recorreu à técnica da simetria dinâmica usando rectângulos de ouro nas suas pinturas.
Seurat morreu em Paris em 29 de março de 1891.

The Seine and la Grande Jatte - Springtime 1888


As bestas selvagens

       A cor era muito importante para um novo grupo de artistas, chamados de fauves ou bestas selvagens, Henry Matisse, gostava das pinturas ousadas e luminosas de Van Gogh e Gauguin, acreditava que se devia pintar do mesmo jeito que uma criança, não se importando com as críticas.

Fovistas

Em 1905, em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves (em português significa feras), em virtude da intensidade com que usavam as cores puras, sem misturá-las ou matizá-las. Quem lhes deu este nome foi o crítico Louis Vauxcelles, pois estavam expostas um conjunto de pinturas modernas ao lado de uma estatueta renascentista.

Os princípios deste movimento artístico eram:

• Criar, em arte, não tem relação com o intelecto e nem com sentimentos.
• Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias.
• A cor pura deve ser exaltada.
• As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensações elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens. 
Características da pintura:

• Pincelada violente, espontânea e definitiva;
• Ausência de ar livre;
• Colorido brutal, pretendendo a sensação física da cor que é subjetiva, não correspondendo à realidade;
• Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas;
• Pintura por manchas largas, formando grandes planos;

Henri Matisse

Matisse nasceu no interior da França, desde pequeno era interessado em arte, e se tornou um dos maiores e mais influentes pintores de Paris, com suas pinturas esculturas e obras gráficas.
Em 1907, Henri Matisse e Pablo Picasso se tornaram amigos, ainda hoje os nomes deles estão ligados, juntos os dois artistas mudaram a cara da arte do século XX. Matisse jamais foi um impressionista ou cubista, apenas admirava os movimentos e fazia experiências, porém o artista criou um estilo próprio.
Em 1904, se inspirou por ideias anarquistas que seu amigo Paul Signac lhe mostrou. Principalmente pela ideia do futuro utópico, de liberdade e beleza. Nada de destruição da ordem social. Nos anos 50, comunistas franceses prometeram transformar uma capela decorada por Matisse em um salão de dança. Matisse era ateu. Ele fez a decoração da capela por puro prazer. 

4 comentários:

  1. Achamos muito bom o texto, pois explicou bem a matéria e não ficou cansativo, foi tranquilo de ler!
    Falou bem de como era o pensamento dos pintores de cada época, como eles achavam que deviam expressar sua arte. Depois apresentou o contexto histórico, falando da fotografia, e de como os pintores lhe deram com isso quando surgiu; para alguns uma afronta e para outros uma "ajuda". Falou do Impressionismo, que as obras eram sempre pintadas ao ar livre e davam ênfase a luz e ao movimento. Mostrou bem o estilo de cada pintor apresentado, com exemplo de obra de cada um deles. Falou dos fovistas e dos princípios desse movimento e as características da pintura.
    Achamos realmente muito bom o texto, fácil de entender e com certeza nos ajudará!

    - Grupo 02: Modernismo no Brasil

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  2. Nas manifestações artísticas das Vanguardas Européias (parte 1) que se intensificaram no decorrer No século XIX passagem para o século XX tudo se desestabilizava onde Sigmund Freud faz descobertas que desafiaram os padrões ideológicos anteriores desta forma os artistas assumem a expressão artística baseada no seu eu interior, ou seja, passam a produzir suas obras de acordo com suas emoções e sentimentos assim havia nascido uma nova forma de arte para o mundo pós-revolução industrial onde a imitação do mundo visível cede lugar à expressão dos sentimentos desencadeando então uma revolução no meio artístico. Dentro desta fase artística surgiram importantes movimentos como o impressionismo que criou uma nova visão conceitual da natureza utilizando pinceladas soltas dando ênfase na luz e no movimento onde a presença dos contrastes, da natureza, transparências luminosas, claridade das cores, sugestão de felicidade e de vida harmoniosa transparecem nas imagens criadas pelos impressionistas. Os principais representantes do grupo foram Monet, Manet, Renoir, Camile Pissaro, Alfred Sisley, Vincent Van Gogh, Degas, Cézanne, Caillebotte, Mary Cassatt, Boudin (professor de Monet), Morisot, dentre outros. Fora desta breve analogia de alguns artistas do impressionismo houve outros tipos de sistemas artísticos como os Fovistas: em 1905, em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves (em português significa feras), em virtude da intensidade com que usavam as cores puras, sem misturá-las ou matizá-las. Quem lhes deu este nome foi o crítico Louis Vauxcelles, pois estavam expostas um conjunto de pinturas modernas ao lado de uma estatueta renascentista. Os fovistas tinham como base artística utilização de cores leves impulsionadas por pinceladas violentas, a ausência do ar livre, utilização de cores puras e pinturas por manchas largas formando grandes planos. Um dos pioneiros desta fase Henri Matisse que não pertencia a nenhum movimento nem cubismo e nem impressionismo, mas se arriscava em novas técnicas por isso se tornou uma importante figura deste movimento.
    Grupo 4: Vanguardas Européias parte 2

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  3. Na passagem do século XIX para o XX tudo se desestabiliza graças ao pai da psicanálise, Sigmund Freud que com suas descobertas que desafiam as ideias antigas e dão a arte nova direção, assim o artista se assume como sujeito e pinta o que sente. A imitação do mundo visível cede lugar a expressão dos sentimentos criando uma verdadeira revolução aos campos da arte, dando origem ao Impressionismo.
    O impressionismo é um movimento surgido na França no século XIX que criou uma nova visão conceitual da natureza utilizando pinceladas soltas dando ênfase a luz e no movimento. A presença dos contrastes, da natureza, transparências luminosas, claridade das cores, sugestão de felicidade e de vida harmoniosa transparecem nas imagens criadas pelos impressionistas.
    Os principais representantes do grupo foram Monet, Manet, Renoir, Camile Pissaro, Alfred Sisley, Vincent Van Gogh, Degas, Cézanne, Caillebotte, Mary Cassatt, Boudin (professor de Monet), Morisot, dentre outros.
    A cor era muito importante para um novo grupo de artistas, chamados de fauves ou bestas selvagens, Henry Matisse, gostava das pinturas ousadas e luminosas de Van Gogh e Gauguin, acreditava que se devia pintar do mesmo jeito que uma criança, não se importando com as críticas. Matisse jamais foi um impressionista ou cubista, apenas admirava os movimentos e fazia experiências, porém o artista criou um estilo próprio.
    Em 1905, em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves (em português significa feras), em virtude da intensidade com que usavam as cores puras, sem misturá-las ou matizá-las. Quem lhes deu este nome foi o crítico Louis Vauxcelles, pois estavam expostas um conjunto de pinturas modernas ao lado de uma estatueta renascentista.

    Grupo 1: Arte no século XIX - Brasil

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  4. Olha, esse texto da até orgulho de ver que a nossa sala tem potencial de produzir escritas explicativas e detalhadas tão bem assim, parabéns ao grupo, texto EXCELENTE!
    Porém o que mais me deixa feliz é saber que partiu desse grupo a ideia e a produção da capa do blog, incrivelmente bem feita e detalhista, parabéns de novo!
    Grupo excepcional! Incrível! Perderia tranquilamente um dia todo elogiando esse grupo que mal conheço mas já considero pacas! :')

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