No início do século XX desenvolveu-se
na Europa um conjunto de correntes artísticas: dadaísmo, surrealismo,
expressionismo, futurismo, que formaria a arte moderna.
Dadaísmo: Possuía como característica principal a ruptura com as
formas de arte tradicionais. Portanto, o dadaísmo foi um movimento com forte
conteúdo anárquico.
Surrealismo: Este movimento foi
significativamente influenciado pelas teses psicanalíticas de Sigmund Freud, que
mostram a importância do inconsciente na criatividade do ser humano.
Expressionismo: Neste movimento, a intenção do artista é de
recriar o mundo e não apenas a de absorvê-lo da mesma forma que é visto. Aqui
ele se opõe à objetividade da imagem, destacando, em contrapartida, o
subjetivismo da expressão.
Futurismo: Neste movimento literário, faziam o uso de cores vivas e
contrastes. Sobreposição de imagens, traços e pequenas deformações para passar
a ideia de movimento e dinamismo.
Artistas brasileiros, em suas idas ao
exterior, voltavam com estas novas influências que, somadas ao desejo de
instaurar uma arte moderna brasileira, longe da imitação de padrões europeus,
com valorização do nacional, possibilitou o início do Modernismo no Brasil.
O
Modernismo brasileiro teve três fases: a primeira surgiu em 1922, a segunda em
1930 e a terceira em 1945.
O ponto de partida foi a Semana de Arte Moderna, que ocorreu
entre 13 e 18 de fevereiro de 1922 e possibilitou a aproximação de vários
artistas com ideias modernistas, dando força ao movimento.
Tinha como líderes: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchi, que junto formavam o grupo dos cinco.
SEGALL, Lasar. Bananal. 1927.
DI CAVALCANTI, Emiliano. Pescadores. 1951.
AMARAL, Tarsila do. Operários. 1933.
MALFATTI, Anita. A estudante. 1915-1916.
Primeira fase
Durante a primeira fase, o movimento
buscou concretizar-se no Brasil. Foi um período de grande produção de arte
moderna e de materiais que divulgavam esta arte. Em meio a este período, quatro
correntes de pensamento ganharam força e foram ganhando teor ideológico ao
longo da década de 20.
São elas:
- Pau Brasil;
- Verde Amarelismo;
- Escola da Anta;
- Antropofagia.
Pau Brasil
Fundado por Oswald de Andrade com o
Manifesto Pau Brasil, o movimento Pau Brasil fazia críticas ao passado cultural
brasileiro, que imitava os modelos europeus, propondo um olhar para o Brasil
com o olhar do brasileiro, apesar das influencias europeias.
Verde Amarelismo
Em resposta a isso, o Verde
Amarelismo vinha com a defesa de um nacionalismo exagerado, valorizando os elementos
nacionais sem qualquer influência europeia. Esta corrente, que originaria a
Escola da Anta, tinha inclinações nazistas e, de certa forma, possuía ideais
xenófobos.
Antropofagia
A Antropofagia, também fundada por
Oswald de Andrade, vinha como uma nova resposta às duas correntes, pregando a
aceitação da cultura estrangeira, mas sem cópias e imitações. Esta cultura
deveria ser absorvida pela brasileira, que colocaria na arte a representação da
realidade do Brasil e do elemento popular, valorizando as riquezas nacionais.
AMARAL, Tarsila. Antropofagia. 1929.
Principais autores da primeira fase
Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira,Menotti Del Picchia, Raul Bopp, Alcântra Machado.
Transição
Apesar dos movimentos contrários,
vemos na primeira fase modernista uma arte descontraída, com poemas que
desestruturavam as velhas escolas literárias e que traziam uma linguagem que
fugia às regras gramaticais, aproximando-se da fala popular. A construção da
imagem brasileira foi sendo aproximada do povo, da realidade popular e a
principal temática comum a todas as obras era a valorização e reconstrução do
nacionalismo.
A transição da primeira
para a segunda fase modernista ocorreu em meio à revoltas contra a política
brasileira do café-com-leite e à crise econômica
ocasionada pela crise de 1929, que
impossibilitava a importação do café, principal riqueza brasileira. As Grandes
Guerras também viriam compor o cenário histórico da época.
A busca pela nacionalidade no final
da década de 1920 já começava a ganhar ares ideológicos e os conflitos da época
também pediam a tomada definitiva de uma posição ideológica. O resultado disso
é a arte engajada que surgiu na segunda fase modernista, com uma reflexão sobre
a época de crise e pobreza.
Segunda fase
Se em 1922 tínhamos um interesse
pelos temas nacionais, com aproximação da linguagem popular e valorização da
vida cotidiana; na arte engajada de 1930 temos uma literatura mais amadurecida,
sem a descontração e a irreverência, mas com reflexões sobre a realidade do brasileiro, trazendo à tona o
nacional através desta reflexão, com textos de linguagem aproximada do popular.
A literatura da época de 30
dividiu-se em prosa e poesia: a
prosa voltava-se para a crítica social, trazendo à tona os retratos de várias
regiões do país (regionalismo) como forma de denúncia dos problemas sociais de
cada região e com uma reflexão sobre a solução do problema; a poesia voltava-se para o sentimento humano,
levantando o questionamento sobre a existência humana e a compreensão do local
do mundo e do local que o ser humano tem neste mundo conflituoso.
Principais autores da segunda fase
Jorge Amado, Rachel de Queiroz,
Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Érico Verissimo. Na poesia, temos:
Cecília Meireles, Vinicius de Moraes, Jorge de Lima, Murilo Mendes.
Terceira fase
Com o fim das Grandes
Guerras (Primeira Guerra Mundial e Segunda
Guerra Mundial) e início da Guerra Fria e
o fim da Era Vargas, que trouxe uma época de
democratização política brasileira, o Modernismo brasileiro começou a ganhar
novos rumos. Não era mais necessário o empenho social e político, pois em tese
não havia mais conflitos aos quais se opor.
A geração de 1945 abandonou vários ideais de 1922,
criando novas regras que permitiam a liberdade para o artista criar o que
quisesse. Eles não estavam mais ligados à obrigação de aproximar-se da
realidade brasileira e nem de aproximar-se do povo através de uma linguagem
popular e descontraída.
A principal temática da geração de
1945 estava ligada à aproximação do psicológico humano. Para transmitir esta
reflexão da psicologia humana, as
obras desta geração possuíam um equilíbrio rítmico e linguagem lírica que
rendia-se à antiga forma decassíliaba e rigorosa, deixando de lado o verso
livre instaurado em 1922.
Principais autores da geração de 1945
Clarice Lispector, Guimarães Rosa e
João Cabral de Melo Neto.
A
música no Modernismo
A Bossa Nova traz através
de sua linguagem, o reflexo do espírito de seu tempo. Baseado na clareza
formal, a relação com os meios e processos
industriais, a geometrização das formas, o sentido racional na
composição, a linguagem objetiva, podem
ser identificados na estrutura composicional e nas letras da Bossa Nova.
Ainda, revela os anseios
sentimentais, a esperança e o olhar algumas vezes denunciatório de
uma juventude.
Bossa Nova é um movimento
da música popular brasileira do final dos anos 50 lançado por João Gilberto,
Tom Jobim, Vinícius de Moraes e jovens cantores e/ou compositores de classe
média da zona sul carioca, derivado do samba e com forte influência do jazz. De
início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba
naquela época, ou seja, a uma reformulação estética dentro do moderno samba
carioca urbano. Com o passar dos anos, a Bossa Nova tornou-se um dos movimentos
mais influentes da história da música popular brasileira, conhecido em todo o
mundo, um grande exemplo disso é a música Garota de Ipanema composta em 1962
por Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim.
O cinema no Modernismo
Ainda hoje
podemos sentir os Ecos da Semana de 1922, o pensamento Modernista que há anos
amplia os diálogos na cultura brasileira. O projeto Musicafinidades – Ecos de
22 retrata movimentos e personagens da cultura brasileira que foram tocados por
- ou que tenham alguma afinidade com - a Semana de Arte Moderna de 22.
Alguns filmes:
Terra em Transe de Glauber Rocha
Deus e o Diabo na Terra do Sol de Glauber Rocha
Macunaíma de Joaquim Pedro de Andrade
Post feito por: Cecília Depentor, Danielle Paes, Giovana Beltrame,
Giovanna Luiza, Larissa Sales, Letícia Vieira, Mirele Vieira e Rebeca Ferreira.